Actualização Dia 6 (Bruno)

 Bruno escreveu...

Crónica Bruno 26 Julho 2010

"Este dia foi marcado pela nossa última viagem para chegar ao destino Fatumaca e

Venilale.

O dia para alguns começou as 5,30h com a primeira oração que os irmãos salesianos

fazem diariamente, os Laudes seguida de uma missa totalmente em português.

Logo depois do pequeno-almoço e de umas pistas de oração em Inglês para o grupo,

partimos em duas microletes para Venilale. Deixou Dili para trás. Foi aumentar a

expectativa de como seria o interior de Timor, o coração de Timor, de onde partiram as

resistências a ocupação indonésia.

A viagem, pelas suas características, 120kms em 4,30h, foi muito útil para não só

olhar, mas ver com atenção cada lugar que passávamos. E a realidade é bem crua e

despida de qualquer tipo de distracção. A pobreza esta visível e é real. Muitas vezes

até a sentimos demasiado real. Mostrava-se também a característica mais marcante

do povo timorense: eles mostram o que são, e isso dá-nos uma esperança enorme

criando fortes laços de união.

A alegria com que fomos recebidos em Fatumaca não tem descrição. Parecíamos

portadores de um tesouro enorme. Aqui encontram-se 50 alunos aspirantes a

salesianos que nos receberam de braços abertos, querendo ao máximo estar ao

nosso lado, falar connosco, tocar-nos. Apesar de ser “Malai” (estrangeiro em tétum).

O facto de sermos portugueses gera neles uma emoção sem descrição. Todos, mas

mesmo todos, sabem onde é Portugal e tem um orgulho enorme em falar português.

Sentimos mesmo uma ligação muito especial entre Portugal e Timor.

O dia continuou com a nossa apresentação aos alunos e mais momentos de convívio

muito positivo principalmente quando surgiram questões postas por eles, em que a

mais frequente foi “ porque razão vieram-nos ver e não enviaram dinheiro como fazem

todos?”

Sentimos que a nossa presença faz muita diferença na vida deles e que mostrar-

lhes que mais do que enviar dinheiro é muito importante visita-los, mostrou que são

importantes para nós.

Todo o grupo sente que os timorenses precisam de encontrar a sua identidade própria.

O dia terminou com a Eucaristia em Tétum, ao qual já nos vamos acostumando e que

até já arriscamos a falar.

Obrigado -”barak” (muito obrigado em tétum). 

Bruno"