domingo, 8 de agosto de 2010

Actualização Dia 11 (Madalena Spratley)

 Madalena Spratley escreveu...

Missao Timor 2010

Cronica 1.08.10

"Hoje é domingo, dia de descanso e dia de festa!

De manha fomos todos passear; subimos a uma montanha que chamam Ariana, em
Venilale. Podemos dormir até um bocadinho mais tarde e depois do pequeno-almoço
a nossa pich-up Xl apanhou-nos em Fatumaka para nos levar a Venilale. Estava um
sol quente que sabia a verão, as portuguesas entrançaram todas o cabelo e cantamos,
rimos, enquanto esperávamos a boleia.

Fiel ao clima tropical o tempo já estava mais frio e ameaçava chuva em Venilale,
mas os ânimos mantiveram-se! Deixamos a Nuria a trabalhar na escola e partimos a
aventura; o nosso camião levou-nos numa parte do caminho e assim mergulhamos
no coração da montanha, ente curvas e solavancos, e rodeados pelas paisagens
assombrosas de Timor. Eu nunca tinha estado num país assim, com uma natureza tão
forte, livre. Todos olhamos de olhos arregalados para a beleza que vemos todos os
dias.

A certa altura saltamos para fora do camião para continuarmos o caminho a pé com a
ajuda de uns guias que nos levaram - depois de quedas, escorregadelas, entre-ajuda
- ate um ponto alto da montanha de onde tínhamos uma vista fantásticas, mas muito
coberta pelas nuvens baixas que nos rodeavam! O vento estava muito forte, parecia
que íamos levantar voo.

Depois das muitas fotografias e algumas palhaçadas, voltamos a desces
corajosamente e cuidadosamente a encosta e acomodamo-nos de novo no camião,
descalços para não sujar de lama, cheios de ar fresco e contentes por termos podido
conhecer mais um bocadinho de Timor.

A Nuria deu-nos as pistas depois do almoço: como ela própria disse curtas e directas.
A leitura foi a de Mateus 9,9-13: o chamamento de Mateus. Ela propôs-nos 3 pontos,
à boa maneira do campo grande: Primeiro, que era tempo de acção de graças pelos
dois grupos e de perceber o que cada pessoa me deu, o que dei a cada um e o que
ganhamos do conjunto; segundo, perceber que Jesus nos fala de diferente maneiras,
identificar como Ele me fala agora; finalmente, a que me chama Jesus? Como somos
transformados? Somos transformados por Ele? Pela realidade que nos rodeia agora?
Que resposta dou quando Ele passa por mim e me diz segue-me? Não se trata de
fazer sacrifícios mas de ser capaz de me por na pele do outro e que isso transforme
efectivamente algo na minha vida. Depois do último tempo de oração com o grupo de
Singapura, podemos celebrar todos juntos a primeira festa do dia: o Padre Manuel,
que se torna cada vez mais acarinhado por nos, celebrou para nos uma eucaristia
muito intima e familiar. Sentamo-nos todos a volta do altar, próximos uns dos outros,
como uma família a volta da mesa e na homilia ouvimos as partilhas uns dos outros:

fortes, profundas, verdadeiras. Ninguém ficou indiferente ao caminho uns dos outros
e a intimidade criada entre estes dois grupos de pessoas de lados opostos do mundo,
de culturas e modos de vida diferentes, unidas à volta do mesmo altar.

O dia terminou em Fatumaka, que afora esta mais vazia sem os alunos, e o ar já
cheira a despedida: amanha partimos de malas e bagagens para Venilale. Mas o
adeus foi em ambiente de festa: A Florence faz anos na quarta e para os “chinos” é
sinal de boa sorte festejas antes! Por isso, houve teatro, cerveja, presentes, musicas
e palmas para a aniversariante, e também troca de presentes entre os dois grupos!
Cada um de nos deu uma t-shirt, uma cruz e um porta-chaves, que fizemos a cada um
dos nossos amigos.

Ainda nos deitamos no campo de basquete a ver estrelas.

Nos nossos corações temos a promessa de que os nossos nomes estão escritos no
céu!

Madalena Spratley"

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